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All About Eve: the dark side world of Broadway


As a good movie lover I am, obviously I already heard of the famous movie "All About Eve" with actress Bette Davis before. The film was nominated for 14 Oscars and won six, including Best Picture.

For those who do not know, the film tells the story of Margo Channing, an aging Broadway star, and Eve Harrington, a young ambitious fan who infiltrates Channing's life, threatening Channing's career and personal relationships.

Before returning to London this time, I had already read in a magazine that the actresses Gillian Anderson and Lily James were both to perform in the same play in the West End. It clearly caught my attention, were I not a fan of the series "X-Files" since my teenage years and had not Lily James been the protagonist of some of the recent movies that I liked.

But the truth is that, this time I was not going at all with the intention of going to the theater, much less going to see this piece, since the tickets were either too expensive or simply sold out. Well, but it was on the very first day that I arrived in London, tired after getting up at four in the morning, that I passed by St Martin's Lane and looked at the posters of the Noel Coward Theater. And there was a sign at the entrance that read "Tickets Avaialable." I did not think twice and went inside. At the ticket office, I asked for the prices and I was told that there were places at £ 70 and over £ 100, but there was also a visibility reduced at £ 15. This was not my first time in the English theaters, so I think I knew how to make a good choice: I asked for the £ 15 ticket.

By 7:30 p.m., instead of having dinner with a friend who had, however, canceled our meeting, I was very well settled in one of the staterooms of the theater, ready to watch one of the best pieces I have ever seen. And yes, I've seen a lot: from "The Phantom of the Opera," "Mamma Mia," to "Hamlet" with Jude Law and "In Celebration" with Orlando Bloom.

It is that this piece is indeed a fantastic adaptation! Gillian and Lily's interpretations are very good, but they are not the only ones. There are two or three other fundamental elements, and so do they with astonishing interpretations. But what struck me even more attention were the scenic details.

There is a mixture of magic and pure and hard reality. The use of technology is admittedly sophisticated. At a celebrated Stork Club dinner party a ferocious encounter in the ladies’ room between Eve and Karen, wife of a famous playwright, is projected on to a screen as it happens: at the same time we see the subjects of their debate swilling champagne downstage.

There's another emblematic scene, when Gillian Anderson is seated onstage in front of the mirror, all alone, and we start seeing her face getting older and older, through a screen located above the stage. A camera embedded in Margo's dressing table mirror, beams its image onto the screen that stretches above and across the length of the stage.

The story touches on celebrity, gossip, the rivalry between Hollywood and Broadway, society's obsession with age, the relationship between writers and their work, directors and their stars; it features roaring ego, ambition, vanity and insecurity.

At a time when the #MeToo movement, through which so many Hollywood actresses came to talk about their experiences of harassment by filmmakers, producers, and so many showbusiness figures, this piece is perhaps a good portrait of this obscure reality. Because that's what it's all about here. We see a successful woman being cheated by another ambitious woman who, with so much entanglement in the lies she creates around her, ends up in the hands of one of the powerful men who only wanted to use her beauty to sell and win.

So although this piece is an adaptation of a 50's film, its theme is very current.

If you can, go watch! And if you're lucky, get one of the best seats right in front of the stage, having also the opportunity (as I did) to be a few inches from actress Lily James, who at the start of the play comes onstage coming from outside the door next to the cabin where I was.

 

Como amante de bom cinema que sou obviamente já tinha ouvido falar do famoso filme "All About Eve" com a atriz Bette Davis. O filme foi nomeado para 14 Óscares e ganhou seis, incluindo o de Melhor Filme.

Para quem não conhece, o filme conta a história de Margo Channing, uma estrela da Broadway envelhecida, e de Eve Harrington, uma jovem fã ambiciosa que se infiltra na vida de Channing, ameaçando a sua carreira e os seus relacionamentos pessoais.

Antes de regressar desta vez a Londres, eu já tinha lido numa revista que as atrizes Gillian Anderson e Lily James estariam ambas a respresentar numa mesma peça de teatro no West End. Claramente chamou-me à atenção, não fosse eu fã da série "Ficheiros Secretos" desde a adolescência e não tivesse Lily James sido a protagonista de alguns dos filmes recentes que mais gostei.

Mas, a verdade, é que desta vez eu não ia de todo com intenção de ir ao teatro, muito menos de ir ver esta peça, já que os bilhetes ou eram muito caros ou simplesmente estavam esgotados. Pois foi, precisamente no primeiro dia em que cheguei a Londres, cansada depois de me ter levantado às 4 da manhã, que ao passar pela St Martin's Lane dei por mim a olhar para os cartazes do Noel Coward Theatre. E havia uma placa à entrada que dizia "Tickets Avaialable". Não pensei duas vezes e entrei. No guichet, perguntei pelos preços e foi-me dito que havia lugares a 70£ e a mais de 100£, mas também havia um de visibilidade reduzida a 15£. Esta não era a minha primeira vez nos teatros ingleses, então acho que soube fazer uma boa escolha: pedi o bilhete de 15£.

Pelas 19h30, em vez de estar a jantar com uma amiga que entretanto havia cancelado o nosso encontro, estava eu muito bem instalada num dos camarotes do teatro, pronta para assistir a uma das melhores peças que alguma vez vi. E sim, já vi muita coisa: desde "O Fantasma da Ópera", ao "Mamma Mia", passando pelo "Hamlet" com o Jude Law e pelo "In Celebration", com o Orlando Bloom.

É que esta peça é de facto uma adaptação fantástica! As interpretações de Gillian e Lily são muito boas, mas não são as únicas. Há mais dois ou três elementos fundamentais e também eles com interpretações brutais. Mas, o que me chamou ainda mais à atenção foram os pormenores cénicos.

Há uma misto de magia e realidade pura e dura. O uso da tecnologia é tremendamente sofisticada. Numa das cenas, um célebre jantar no Stork Club, dá-se um encontro feroz na casa de banho das senhoras entre Eve e Karen, esposa de um famoso dramaturgo, e isso é projetado numa ecrã enquanto acontece: ao mesmo tempo, vemos as restantes personagens bebendo champanhe no palco.

Há outra cena emblemática, quando Gillian Anderson está sentada no palco em frente ao espelho, sozinha, e começamos a ver o seu rosto a ficar cada vez mais envelhecido, através de uma tela localizada acima do palco. Uma câmara embutida no espelho de Margo, transmite a sua imagem para o ecrã que se estende acima e ao comprimento do palco.

A história toca em celebridades, fofocas, na rivalidade entre Hollywood e a Broadway, na obsessão da sociedade com a idade, na relação entre escritores e o seu trabalho, realizadores e suas estrelas; apresenta o ego, a ambição, a vaidade e a insegurança.

Numa altura em que se fala tanto do movimento #MeToo, através do qual tantas atrizes de Hollywood vieram falar das suas experiências de assédio por parte de realizadores, produtores e outras tantas figuras do showbusiness, talvez esta peça seja um bom retrato dessa obscura realidade. Porque é sobre isso que se trata aqui. Vemos uma mulher de sucesso a ser enganada por uma outra mulher ambiciosa que, de tanto se enrolar nas mentiras que cria à sua própria volta, acaba nas mãos de um dos homens poderosos, que só queria servir-se da sua beleza para vender e vencer.

Portanto, apesar de esta peça ser uma adaptação de um filme dos anos 50, a sua temática é bem atual.

Se puderem, vão assistir! E se tiverem a mesma sorte do que eu, conseguem um dos melhores lugares, bem ao nível do palco, além de terem a oportunidade (como eu tive) de estarem a poucos centímetros da atriz Lily James, que no arranque da peça entra em palco vinda de fora - saindo da porta ao lado do camarote onde eu estava.

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