I begin this post by thanking those who have been following me for a year already and to all those who, day after day, have been joining this bridge between Lisbon and London.
In fact, you are the most important of all this. It is with you that I want to share everything I consider to make sense: all the news, all the stories and experiences that I have had in my life as a journalist, mother, traveler and many other things.
It is true that more than half of the year that passed, I've hardly had time to devote to this space, at least not as much as I would like. Only a few months ago, I have been able to give more of me to this project. Who has small children knows that it is not easy, who is mother and father at the same time then understands it even better.
But today, I really want to share with you a little more of what made me start My Lilobridge. No, it was not a late or stupid will to become a blogger. It was an old passion of mine. I say "old" because it's already (at least) 12 years old.
It was back in 2007 that a 20-something girl traveled for the first time to London, where she had the opportunity to study for a whole summer. It was my dream come true. All alone, in such a big city, with so many things to offer.
But this was also the first time I was alone, in a country that was not my own, where my mother language was not spoken, and where the sea kept separating an old continent from an island. Was it difficult? No. It was challenging.
That August I learned a lot professionally speaking, but I also learned so much about myself. I've learned that I like to travel alone, to walk hundreds of streets on foot, to peer into unseen sights, to get into bookstores, to talk to strangers, to walk on the street at night ... but all this because it was London.
It was not long before I began to realize that my relationship with London was not "normal." I was too comfortable with her. I walked on the tube, as if I was walking on the Lisbon tube. Everyone was too nice to me. So much was happening to me in only one day (on a same day I met Orlando Bloom, I saw Joshua Jackson crossing the road, I passed by a limousine and it was Nicolas Cage, in the other I went to a private concert of Rihanna, and went to the premiere of one of Matt Damon's movies ...). I did not get lost. I even taught the way to my British colleagues. I began to think that ... I knew London too well.
So I decided to make a kind of diary. A padded notebook that accompanied me during the whole day of this trip and where every day I pointed out my adventures (since there were always so many). It was in this notebook that I kept moments, through captioned photographs or pieces of newspapers and magazines that I glued. And at this moment, I can tell you that this little notebook is a small treasure, because every time I open it, I return to that month. And there is no way to forget about each adventure.
After that year, I promised myself that I would return to London at least once a year. So it was, so it has been, and since then I have been struggling to learn more and more about London. I have read a lot, I have visited a lot and feel that this is much more than a necessity for me. Get to know London more and more. Fortunately, trips to London have increased, both at work and at leisure, and this has been a pleasure.
What I feel is that perhaps I have somehow belonged to London. Only in that month I had enough to realize that. From an unexpected meeting with a stranger in the park, who approached me and who ended up showing me the most beautiful view of the city, while revealing facts of my own life, without knowing me at all. Then he left, and when I tried to find him in the crowd, I could no longer see him. How curious ...
There have been so many things over the years that have led me to think, 'Why not try to pass to others this good experience I have with the British people, with the English culture'? Not to mention that, I began to have more and more friends asking me to do a guided tour to them every time they went to London.
That's what I'm trying to do with "My Lilobridge". And in days of Brexit, it seems to me a good way to appease the moods. I hope, therefore, that you continue to follow me on this journey, between here and there.
Começo este post por agradecer a quem me segue há precisamente um ano e a todos os que se têm vindo a juntar, dia após dia, a esta minha ponte entre Lisboa e Londres.
Na verdade, são vocês o mais importante de tudo isto. É convosco que eu quero partilhar tudo aquilo que considero fazer sentido, todas as novidades, todas as histórias e experiências que tenho tido na minha vida enquanto jornalista, mãe, viajante e tantas outras coisas.
É certo que mais de metade do ano que passou, eu não tive tempo praticamente algum para me dedicar a este espaço, pelo menos não tanto quanto gostaria. Só mesmo de há uns meses para cá, tenho podido dar mais de mim a este projeto. Quem tem filhos pequenos sabe que não é fácil, quem é mãe e pai ao mesmo tempo então perceberá ainda melhor essa dificuldade diária.
Mas hoje, eu gostava mesmo de aproveitar para partilhar convosco um pouco mais do que me fez começar o My Lilobridge. Não, não foi uma vontade tardia e tonta de me tornar blogger. Foi sim uma velha paixão minha. Digo "velha", porque já conta com, pelo menos, 12 anos.
Foi em 2007 que uma menina de 20 e poucos anos viajou, pela primeira vez até Londres, onde teve a oportunidade de estudar um verão inteiro. Era o meu sonho tornado realidade. Sozinha, numa cidade tão grande, com tantas coisas para oferecer.
Mas, esta era também a primeira vez que estava sozinha, num país que não era o meu, onde não se falava a minha língua mãe, e onde o mar teimava em separar um velho continente de uma ilha. Foi difícil? Não. Foi desafiante.
Naquele mês de agosto aprendi muito tanto a nível profissional, como pessoal. Aprendi bastante sobre mim. Aprendi que gosto de viajar sozinha, de percorrer centenas de ruas a pé, de espreitar recantos nada turísticos, de me enfiar em livrarias, de falar com estranhos, andar na rua à noite... mas tudo isto, porque era Londres.
Não tardou muito até que eu começasse a perceber que a minha relação com esta cidade não era "normal". Eu sentia-me demasiado à vontade nela. Eu andava no metro, como se andasse no metro de Lisboa. Todos eram demasiado simpáticos para mim. Tanta coisa me acontecia num só dia (num mesmo dia conheci o Orlando Bloom, cruzei-me na rua com o Joshua Jackson, com a limusina de Nicolas Cage, no outro fui a um concerto privado da Rihanna, e fui à antestreia de um dos filmes de Matt Damon...). Eu não me perdia e até ensinava o caminho a colegas meus ingleses. Comecei a achar que... eu conhecia Londres bem demais.
Resolvi então fazer uma espécie de diário. Um caderno almofadado que me acompanhou durante todos os dias dessa viagem e onde frequentemente apontava as minhas aventuras (já que eram sempre tantas). Foi nesse caderno que guardei momentos, através de fotografias legendadas ou pedaços de jornais e revistas que fui colando. E, neste momento, posso dizer-vos que esse pequeno caderno é um para mim um tesouro, pois cada vez que o abro, regresso àquele mês. E desta forma, é impossível eu esquecer de cada aventura.
Depois desse ano, prometi a mim mesma que voltaria a Londres pelo menos uma vez em cada ano. Assim foi, assim tem sido, e desde então me tenho empenhado em aprender cada vez mais e mais acerca de Londres. Tenho lido muito, tenho visitado muito e sinto que isso é muito mais do que uma necessidade para mim. Conhecer Londres, mais e mais. Felizmente, as idas a Londres têm aumentado, em trabalho ou em lazer, e isso tem sido um prazer.
O que eu sinto, é que talvez, de alguma forma, eu já tenha pertencido a Londres. Só nesse mês eu tive o suficiente para perceber isso. Desde um encontro inesperado com um desconhecido no parque, que simpaticamente me abordou e acabou por me mostrar a vista mais bela da cidade, enquanto me revelava factos da minha própria vida, sem me conhecer de lado nenhum. Depois foi-se embora, e quando tentei reencontrá-lo no meio da multidão, já não consegui vislumbrá-lo. Que curioso...
Têm sido tantas coisas ao longo dos anos que me levaram a pensar: 'porque não tentar passar aos outros esta minha boa experiência com o povo britânico e com a cultura inglesa'? Isto já para não falar que, comecei a ter cada vez mais amigos a pedirem-me para lhes fazer um roteiro cada vez que iam a Londres.
É isso que tento com esta "My Lilobridge". E em tempos de Brexit, parece-me a mim uma boa forma de apaziguar os ânimos. Espero, por isso, que continuem a acompanhar-me nesta viagem, entre cá e lá.